Por trás do espelho

  • 23 de outubro de 2018

É comum vermos em algumas produções norte americanas cenas de interrogatório numa sala com espelho onde quem tá do outro lado observa as movimentações. Contudo, esse tipo de cena também é bastante comum no mundo da pesquisa quantitativa e qualitativa.

Quem participa de uma sessão de grupo focal, não deve imaginar que aquilo não é somente um momento de coletar informações. Enquanto todo o processo é feito no decorrer da sessão, existe por trás dos espelhos uma equipe de profissionais que estão lá para observar as expressões corporais e verbais de cada participante, as ideias expressas geradas pela discussão e a definição de arquétipos de acordo com a personalidade do indivíduo. Historicamente falando, essa técnica de observação através do espelho foi usada em diversas pesquisas científicas, como a do psicólogo norte americano Stanley Milgram (1933 – 1984), que durante a experiência quis observar o nível de obediência do ser humano usando técnicas de choque.

Mas levando para um contexto atual, sabemos que o Brasil ainda capenga em se tratando de recuperação econômica. Um dia após as eleições do primeiro turno de 2018, o Banco Central divulgou pelo relatório “Focus” uma pesquisa feita com analistas de instituições financeiras, onde elevaram a estimativa de percentual da inflação, que saltou de 4,30% para 4,40% e uma queda na previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018, que caiu de 1,35% para 1,34%. Num cenário negativo como esse, é necessário introduzir na válvula de escape das estratégias de recuperação econômica o papel da industrialização no desenvolvimento econômico.  

Sabendo disto, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) poderia realizar um grupo focal com os representantes das federações industriais de cada estado para tentar compreender o nível de produtividade das indústrias locais, tributações impostas na esfera estadual e federal, qualidade e o número da mão de obra, a burocratização e a percepção de cada representante sobre o ambiente macroeconômico no Brasil. Tendo estas e outras questões respondidas, já se é permitido cogitar medidas de longo prazo que visam o fortalecimento da indústria, para que o setor possa ter uma participação maior no PIB e impulsionar uma melhora no crescimento econômico do Brasil.

Numa perspectiva keynesiana, uma forte expansão da produção industrial pode conceder os benefícios na produtividade que resultam em um crescimento acelerado na economia de um país num modo geral, ao mesmo tempo que segura a inflação em patamares baixo.

Acompanhe a tabela divulgada pelo IBGE que mostra os indicadores da indústria em esfera regional:


Índice de Base Fixa com Ajuste Sazonal
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